quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ôooo Psit, Ôoooo da Poltrona...


Lá pelos idos de 2005, quando eu trabalhava num banco americano de renome e controles muito bons (e veio a falir 3 anos depois, de maneira espetacular), passei por uma interessante situação.

O sujeito que rolava o caixa fez uma operação de LFT´s, coisa simples, até poste de luz consegue fazer... e perdeu uns 8% no trade.  Tudo isso foi efetivamente reportado em um relatório diário que era enviado a todos os diretores da instituição (e, como 99% do que é produzido em áreas de controle de grandes instituições, sumariamente ignorado por todos).

Eis que um dia recebo a ligação do chefe-diretor-superpowerman e participo do seguinte diálogo:

 - Ei você aí que produz o relatório diário, você sabe que tivemos uma perda na LFT de 8%?

 - Sim ó magnânimo e cabeludo chefe!  250 mil dólares devidamente reportados como perda.

 - E por que, ó infeliz Oompa Loompa, você não levantou o problema?

 - Vossa Excelência, o valor está no relatório diário e grifado em vermelho.

 - Mas o estrupício, você e eu sabemos que ninguém lê esse relatório, que eu não tenho tempo de olhar e que você precisa avisar-nos do problema...

(passam-se dois dias onde tudo o que eu ouvia era a musiquinha dos Trapalhões)

Depois disso, descobri que fui investigado por fraude, o que me levou a pedir demissão (recusaram-se a aceitar) e, uma vez que perceberam que o problema não estava no back office, passamos a ser os investigadores da coisa toda.

Alguns questionamentos e conclusões:

 - Qual a moral do chefe que diz para o funcionário que "...ninguém lê o relatório diário..." ??

 - Qual a possibilidade de outras mil coisas passarem pela peneira que é o controle dos bancos hoje em dia sem nem se cogitar que esses desvios ocorrem?

 - Por que o magnânimo chefe ficou bravo quando eu chamei ele de Didi Mocó?

Ajuda aí, o Psit!!!!

The Turtle

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