quarta-feira, 29 de maio de 2013

Mais um passo terminado...



Fechou-se mais um ciclo.  Nos últimos meses, foquei meus esforços muito mais no projeto de consultoria que fiz do que em trading.  Continuei olhando o mercado, comprei um monte de ações podres do Eike Baixista e entrei em um ou outro contratinho, mas nada que tenha dado muito resultado.

Agora surge a dúvida... voltar de vez para o mercado?  Tentar operar full time mais um tempo, mesmo sabendo que com capital reduzido as chances são baixas de se ter sucesso suficiente para pagar a vida? Entrar em um projeto novo, e tentar construir mais uma empresa, ou ser executivo novamente, nos bancões e empresas grandes, salário alto e emoção baixa?

Não sei... vamos ver o que aparece.  Vamos tocando, e deixar o mercado mostrar a "entrada certa" no próximo trade...

The Turtle

terça-feira, 21 de maio de 2013

A Chacina Continua...


Eu fui chamado de louco, de burro, de covarde e de desistente.  Agora, vejo que stopei a operação na hora certa, como um verdadeiro Turtle, logo depois dela virar e iniciar uma tendência inversa.  Ficou desconfortável, pulei fora! Foi difícil, foi contra a opinião geral, mas foi em respeito à mim que o fiz.

Não estou falando do ICF, nem do BGI, nem do DOLFUT, nem do S&P 500... Estou falando da minha antiga ocupação.

Agora, a poeira baixou e estamos vendo o que acontece quando o EGO toma conta e entra no lugar do racional.  O que acontece quando o passo é maior que a perna:  Foco em redução de custos, projetos sendo congelados ou mesmo cancelados e TUDO o que poderia gerar receitas sofrendo pela falta de apetite de risco e falta de vontade de ser empresário ao invés de executivo, de um grupo de pessoas que tinha muita estrela para pouco céu.

Fico triste de ver pessoas que eu gosto e admiro vendo seus sonhos e projetos irem por água abaixo, mas tenho certeza que entenderão que isso é melhor para elas no longo prazo.  Ou mesmo no curto.

The Turtle

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Quando algo bom se estraga...



Este fim de semana fiz só o que gosto:  joguei golfe sábado e joguei golfe domingo!  Logo, você pensa, foi tudo ótimo, certo?  Um fim de semana perfeito !!

NÃO, longe disso...

Por razões diversas (atrasos absurdos, pessoas que não tem respeito dentro ou fora do campo, falta de consideração, campos lotados, etc...), não foi um bom fim de semana.  Custou caro, demorou e não me diverti.

E me coloquei a pensar sobre trading de novo.  Eu ando bem desanimado, fugindo do setup, operando valores irrisórios e mais lendo do que olhando os gráficos.  Pelo jeito, algo que eu gosto está se perdendo nas características ruins da atividade.

Como reverter isso?  Não sei.  Continuo lendo, continuo estudando, continuo falando com as pessoas mas, pior, continuo com P&L negativo para o ano.  As perdas diminuíram bem, mas não comecei a ganhar ainda.

Espero que, assim como no esporte, um dia bom, uma semana boa, uma batida boa me faça voltar à zona de conforto que me traz confiança.  É sem dúvida um desafio, e um que não é agradável no momento.

The Turtle

quarta-feira, 15 de maio de 2013

OGX – Short Squeeze ou Poço sem Fundo ??



Ela já chegou a valer mais de R$ 23.  Seu IPO, em 2008, foi o maior da bolsa brasileira.  Seu CEO, a síntese do empresário brasileiro fiel e combatente, que superava todas as expectativas e dificuldades de se montar um projeto imenso a partir do nada, com financiamento baseado na confiança dos investidores.

Leia sobre o IPO da OGX

Porém, algo aconteceu… o petróleo não fluiu como esperado, as ações passaram a perder terreno (em preço, pois em volume ainda é a mais operada do Índice IBOVESPA), os investidores ficaram assustados e os especuladores assumiram o controle da situação.  Lá por meados de novembro de 2010, após atingir máximas, o papel da empresa (OGXP3) entrou em uma forte tendência de baixa, tendo como combustível os short-sellers que alugavam papéis e os vendiam a descoberto.  O volume inflou, a ação caiu fortemente e novos vendidos apareceram, mais aluguel de ações, um ciclo nocivo (e perigoso) que se auto-alimentava.

A bolsa, no entanto, tem limites.  No caso, o limite era de 30% para aluguel dos papéis.  Porém, quando este limite foi batido, a Bolsa o aumentou para 45%.  Imediatamente a ação tomou outro tombo, e atualmente 85% do limite está utilizado.  Pegou mal... a Bolsa tem sido acusada de favorecer os vendidos, a volatilidade do papel está altíssima (o ATR – Average True Range diário é de quase 5%) e a cotação do papel chegou a bater R$ 1,25 – ou seja, mais de 95% de baixa desde a máxima.  Virou papel-opção, no jargão de mercado.

Mas e agora? O que acontece?

Há algumas semanas, vem se ouvindo no mercado uma expressão: SHORT SQUEEZE.  Esta situação acontece quando o preço da ação começa a subir, os vendidos tem que comprar para desmontar a venda e entregar o aluguel e os papéis ficam escassos.  A demanda supera em muito a oferta, e quem está vendido é “apertado” (squeezed) e não consegue sair sem pagar um baita spread.  A música para, e na dança das cadeiras alguns sobram de pé, e com a conta para pagar.  As chances das ações darem um belo salto, neste caso, são grandes.  Não há fundamentos econômicos, obviamente.  É um movimento especulativo de correção, mais ou menos como um elástico esticado para baixo que arrebenta, e vai na direção oposta.

Operar este movimento, no entanto, é arriscado.  Arriscadíssimo.  Afinal, ninguém sabe quando ou o que vai ser o gatilho do movimento. Pode ser uma alta generalizada do Ibovespa (difícil, mas plausível);  pode ser a Bolsa dizendo que não irá mais aumentar o limite de vendas a descoberto (por estatuto, não pode ultrapassar 50% do free float);  pode ser que a taxa paga pelas ações alugadas (ou seja, o custo do aluguel) dispare por falta de ações disponíveis...  Enfim, algo pode acontecer.  Mas também pode não acontecer, e neste caso o papel fica estacionado lá no 5º subsolo, onde está agora.

De qualquer maneira, o case da OGX é um clássico do que pode acontecer quando projetos de financiamento perdem a confiança dos investidores.  Vale a pena estudar, e muito, o que aconteceu aqui.

Por fim, seja consciente:  se for apostar no short squeeze, use STOP LOSS !!!  Na verdade, use-o sempre!!!

The Turtle

Disclaimer:  Comprado em OGX, esperando o tempo fechar.  Stop loss na máquina.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Estudando... e comprando junk bonds!

Toda vez que passei por períodos de perda nas operações de mercado (e este é o maior deles), sempre me refugiei na leitura.  Leitura de biografias de traders, de novos setups, de estratégias de stop loss,, etc.  E, finalmente, resolvi fazer isso de novo.

Por recomendação de um amigo, estou lendo Reminiscents of a Stock Operator, de um autor fictício que na verdade é a historia de Jesse Livermore, um dos maiores operadores do início da era moderna do mercado financeiro.



Além disso, estou lendo um livro de estratégias operacionais do Leandro Stormer... não gosto muito destes aliados da XP, pois tudo o que eles querem é botar o povo para fazer day trades e gerar fluxo de ordens, mas para melhorar os stop losses tem sido ótimo.

Por fim, diminuí bem as operações (mas tenho BGI vendido e ICF comprado) e tomei uma posição mínima em OGX, pelo simples fato de que acho que haverá sim um short squeeze.  Minha ideia é aumentar gradativamente minha posição para cima, de 10 em 10 centavos.  Missão difícil, stop super longo e aposta arriscadíssima.  Não me siga.

YTD P&L:  -10,5%

Que a força esteja com você...

The Turtle

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Desapego, reconhecimento e a habilidade de mudar de opinião


Quase 45 dias de consultoria, e me bateu um "momento Eureka"... um daqueles momentos onde a névoa some e, rapidamente, entendemos algo que ninguém pode explicar.

Quando meu sabático começou, meu maior discurso era que "...eu nunca mais iria trabalhar para ninguem...".  Queria depender só de mim, ficar rico sem salário, viajar o mundo sem me preocupar com o cronograma de férias de outras pessoas, etc.  E assim se passou o último ano.

Pois bem... e mercado foi ótimo (para minha carteira pelo menos) no ano passado.  Viajei.  Fiz o que bem entendia.  Almoçava com amigos, de terno, em jeans e camiseta, despertando a inveja de todos.  E enquanto isso ia conquistando o mundo e fazendo planos.

Mas...

O mercado virou.  Alguns projetos não vingaram, outros atrasaram, a burocracia me tirou a paciência.  Fico pensando em quantos possíveis empresários o país perde por conta da burocracia. Vide meu post anterior...

Trabalhei duro nas ultimas semanas, entrevistei muita gente, levantei problemas, criei apresentações e desenferrujei as habilidades corporativas, planilhas, etc.  E percebi que estava gostando, lembrando de um tempo onde eu era feliz trabalhando, mas não sabia o porque.  Fiquei pensando nisso, onde foi que eu comecei a detestar o trabalho e as corporações... e percebi que nada tem a ver com as empresas em sim, mas sim com que tipo de PESSOAS eu estou lidando.

Na última empresa, que era para ser meu projeto de vida mas acabou sendo uma grande decepção, a guerra de egos, puxa-saquismo, síndrome do sangue azul e megalomania foram as chaves para que eu fritasse.  Apesar de muita gente inteligente na empresa, essa inteligência, a despeito dos planos iniciais do Alfa Banker, não foram canalizadas corretamente.  Deu no que deu, diga-se de passagem.

Foi então que os manda chuvas da empresa que estou trabalhando hoje me chamaram para um bate papo sincero, elogiando o trabalho feito, a visão independente, a qualidade do que foi entregue e estenderam o projeto para mais 2 fases.  Além disso, me ofereceram emprego (que por hora não aceitei) e me pediram ajuda em outros pontos fora do escopo.  E sim, isso me fez perceber que, se o clima da empresa pode nos levar para frente ou nos fazer empacar, quem faz o clima são as pessoas.

Só isso, sem contar o retorno financeiro, já fez esse trabalho pontual valer a pena.  Agora é tocar a vida.  Let's get back to work, baby!!!

The Turtle