sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Mercado na contramão, livros interessantes, férias



Então o mercado resolveu me deixar para trás em 2013...  meu primeiro trade em BGI foi stopado, assim como o de CCM.  Sem stress.  Meu trade de IND está andando pra trás, apesar do bom desempenho nas bolsas americanas.  Ainda não fui stopado, e estou acreditando nele.  O rally está no fim, mas deve durar até maio pelo menos, pelo que tenho lido.  O DOL está de lado, e vou aumentar se continuar abaixo da minha entrada.  E o ICF, esse sim me mandou passear e esta a .25 ATR do meu stop.  Acho que na segunda eu já danço.  Logo, estou pra trás pela primeira vez na vida.  Aprendendo a gerenciar o ego.

Em nota mais positiva, as águas caribenhas tem sido ótimas para botar a leitura em dia.  Já matei o primeiro livro, BACKSTAGE WALL STREET - do Josh Brown, também conhecido como The Reformed Broker, que já linkei aqui e faço-o de novo.  Seguindo na lista, já passei da metade de WHEN GENIUS FAILED, que conta a história da bancarrota histórica performada pela Long Term Capital Management (LTCM).  Uma perfeita ilustração do que a junção de ego, risco descabido e leverage podem gerar.  Muito do que vi em meus anos em bancos de investimento está ilustrado nestes dois livros, e nem cheguei na metade do segundo ainda.

E assim o mundo gira.  E assim os gigantes caem.

The Turtle



segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

DJango em revista


Quentin Tarantino - gênio
Christoph Waltz - mestre

A parceria entre o ator e o diretor começou em Inglorious Besterds, e é inegável o resultado surpreendente da mesma.  Oscar, Globo de Ouro e muitas outras premiações.

Eis que a parceria volta agora em DJango Unchained, filme de Western que aborda a escravidão no sul dos Estados Unidos, no fim do século XIX.

Antes de falar do filme, um breve desabafo:  ir ao cinema hoje em dia esta um porre.  Não tem como comprar ingresso na hora, tudo vive esgotado.  A solução é comprar pela internet, com taxa de conveniência que aumenta o preço do ingresso em 10-20%.  O Cinemark é uma empresa meia boca, com funcionários destreinados e muitas vezes mal-educados.  Triste.

Mas enfim, passada a fase irritante de conseguir vaga no cinema, lá fomos nós.  E que filme.  Que FILME!!!  As atuações estão fantásticas, tanto de Waltz quanto de Jamie Foxx, que são complementadas por Di Caprio (que provavelmente um dia viverá Axl Rose no cinema) e o grande mestre, The path of the righteous man, Samuel L. Jackson!

Sangue, tiros, explosões... sim, tudo está lá.  Mas o que impressiona é a qualidade dos diálogos, a tensão causada por personagens cruelmente educados e inteligentes.  E a breve ponta de Tarantino, que é no mínimo hilária, é a cereja do bolo.

Tarantino disse em entrevista que pensa em pendurar a claquete e se aposentar.  Por favor Quentin, não o faça.  E, se a Disney fosse realmente inteligente e ousada, chamava ele para conduzir um dos novos filmes da série Star Wars.

The Turtle

Knock knock

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http://www.knock-knock-joke.com/

"Knock Knock"
"Quem é?"
"O handicap..."
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Sábado, dia perfeito para atacar os gramados do Paradise GC, em Mogi das Cruzes, SP.  Vindo de uma vitória em um importante torneio que fechava o calendário de 2012, fui jogar com os melhores jogadores que conheço.  A maioria, scratches, o que significa que eu já saía intimidado.  E, pra não deixar barato, jogaria do tee azul, o mais longo.  Quase 7.000 jardas.

Saí bem, e estava só 2 acima até o buraco 5.  Mas, como tudo na vida, não se pode contar com um bom resultado até o último putt no 18.  Ao longo do jogo, fiz besteiras (mas nenhum O.B.), bati bolas na água por conta das distâncias do tee de saída de trás, perdi a paciência em alguns momentos e, o pior fato de todos, tomei 2 strokes por bater uma bola que não era minha.  Acontece, mas é extremamente frustrante.

Mesmo assim, joguei apenas 6 acima.  E joguei mal! Drive não funcionava, Madeira 3 estava horrível, os ferros até que funcionaram e os putts não cairam.  Fiz 3 pares, 6 boggies e 4 doubles, todos aceitáveis e dentro da minha média.  Saí bem de bancas, etc.  O que estragou foram os 4 buracos em que estourei feio, sendo um deles pela penalidade da bola errada.

Enfim, antes, quando eu jogava mal, jogava acima de 110.  Hoje em dia, jogando muito mal estou jogando em torno de 100...  O difícil é baixar!

The Turtle

2012 - Retrospectiva, erros, soluções


Bom, vamos tentar essa história de análise dos erros.  Mas antes, gostaria de dizer isso:  2012 foi um dos melhores anos de minha vida.  Minha saída do mercado foi marcada por um grande alívio, pois apesar de gostar do projeto em que estava, eu tinha que lidar com meia dúzia de pessoas que, sinceramente, não agregavam nada de bom à minha vida, a não ser aumentar meu estado depressivo.  Em inglês, crappy people.  Em 2012, viajei muito, descansei, me dediquei ao esporte, iniciei novos projetos e curei todos os problemas físicos que tinha (é impressionante como mascaramos isso, mas eles estão lá - dores, azia, falta de sono, etc...).

Enfim...

1 - ANSIEDADE - Apesar de ter um setup provado e testado para operar no mercado de futuros, algumas vezes minha psicologia me venceu e eu mexi nos stops, tanto de alta quanto de baixa, perdendo dinheiro ou deixando de ganhar.  Erro crítico em trading, que destroi a estatística de retorno de longo prazo;

2 - FALTA DE ATENÇÃO - Em pelo menos um episódio, meu stop estava errado e eu terminei o dia com uma posição que não deveria existir.  O trade, que deveria ter sido positivo, terminou negativo.  Passei muita raiva, outra coisa que não deveria ter acontecido;

3 - FALTA DE VISÃO MACRO - Um dos objetivos mais importantes para 2013.  Em 2012, eu entrava e saía dos trades sem uma visão macro de longo prazo, que é fundamental para trend following.  Estudar e ler o tempo todo, acompanhar analistas com bons resultados e track records, tudo isso vai me ajudar a manter uma visão para onde as coisas vão.

4 - GAPS DE TEMPO - Cada viagem que fiz em 2012 foi um break durante minha operação.  Isso significa que, em 10 meses, no mínimo 6 semanas eu fiquei parado, além das duas últimas semanas do ano (por falta de liquidez).  O objetivo em 2013 é montar um esquema onde, mesmo viajando, eu possa acompanhar e tocar minha estratégia para frente.

5 - ESQUECER O QUE PASSOU - Ainda há muita bagagem sobre o fim de minha estada na última empresa em que eu estava, so a respeito das pessoas e do que foi feito.  Esquecer, tocar para frente e manter uma visão de futuro é um dos objetivos psicológicos daqui para frente.

Acho que é isso.  Que venha 2013! Opa, já chegou...

The Turtle

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Saber reconhecer erros


Acabo de ler um post fantastico do Barry Ritholtz, autor do blog THE BIG PICTURE.  No post, ele analisa todos os calls que fez em 2012 e errou, e explica o racional do motivo de estar errado.

Esse é o tipo de coisa que gente inteligente e que confia no próprio taco faz.  Escreve, se expõe, analisa os erros e toca o barco com o que aprendeu.

Vou tentar fazer algo igual sobre meu ano de 2012.  Será que consigo?

The Turtle

Dilbert e o estilo de gerência dos anciãos...


Cheers!

The Turtle

Front Office, Back Office e diferenças de remuneração


Estamos chegando em uma época crítica para quem trabalha em bancos de investimento.  Conhecida em inglês como bonus season, esta época é motivo de tensão, expectativas altas, profissionais hospitalizados e muitas, muitas mudanças de emprego.

Desde que se começa a trabalhar em bancos, a remuneração variável é tida como fator vital na remuneração anual do indivíduo.  Mesmo nos cargos mais baixos da estrutura, tudo gira em torno do bônus, das avaliações diretas, resultados mensuráveis ou não, projetos entregues, etc...  Pouca gente pensa em outra coisa.

Existe porém um fato que incomoda, e muito, todos que trabalham em áreas de suporte nestas instituições:  o fato de que, para iguais níveis de hierarquia, o bônus é geralmente 80% menor em uma área de suporte do que a de uma área de negócios.  O discurso é sempre o mesmo:  "prática de mercado", "é o front office que gera as receitas", "o risco é maior para eles", etc.

Porém, nos últimos anos (desde a crise de 2008 principalmente), o foco nos profissionais de controle e processamento tem sido muito maior, assim como a responsabilidade por eventuais problemas.  As obrigações, responsabilidades internas e regulatórias de quem trabalha em controladoria, quem liquida operações, controla crédito ou risco, tem sido dissecadas e atreladas aos resultados das instituições.  Isso sem mencionar que, sem o back office (e digo isso em em geral, incluindo todas as áreas de suporte), os bancos NÃO funcionariam.  É o conjunto da estrutura (front e back) que faz de uma instituição uma máquina completa e funcional.

Já passou da hora da remuneração de profissionais destas áreas estarem melhor alinhadas com os resultados das áreas que atendem, e atreladas aos riscos pelas quais respondem.  Os pools de bônus precisam estar melhor divididos, de forma mais justa e que remunere o profissional de controle pelas obrigações que ele assume.

Beira o absurdo que um profissional com 20 anos de controladoria, em cargo de diretoria, ganhe anualmente a mesma coisa (ou, as vezes, até menos) que um analista de M&A ou um trader com 2 ou 3 anos de casa.  Se as exigências aumentam, se o risco pessoal, regulatório e de empregabilidade está implícito no cargo e se a carga de trabalho é igual, é natural que o que se paga por isso esteja atrelado e condizente.

Não existe time sem defesa, por melhor que seja o ataque.  Não se ganha uma Copa do Mundo pensando só nos jogadores da frente, sem treinar os zagueiros e o goleiro.

Este, por sinal, é um dos principais motivos pelo qual instituições perdem bons profissionais.

The Turtle

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ôooo Psit, Ôoooo da Poltrona...


Lá pelos idos de 2005, quando eu trabalhava num banco americano de renome e controles muito bons (e veio a falir 3 anos depois, de maneira espetacular), passei por uma interessante situação.

O sujeito que rolava o caixa fez uma operação de LFT´s, coisa simples, até poste de luz consegue fazer... e perdeu uns 8% no trade.  Tudo isso foi efetivamente reportado em um relatório diário que era enviado a todos os diretores da instituição (e, como 99% do que é produzido em áreas de controle de grandes instituições, sumariamente ignorado por todos).

Eis que um dia recebo a ligação do chefe-diretor-superpowerman e participo do seguinte diálogo:

 - Ei você aí que produz o relatório diário, você sabe que tivemos uma perda na LFT de 8%?

 - Sim ó magnânimo e cabeludo chefe!  250 mil dólares devidamente reportados como perda.

 - E por que, ó infeliz Oompa Loompa, você não levantou o problema?

 - Vossa Excelência, o valor está no relatório diário e grifado em vermelho.

 - Mas o estrupício, você e eu sabemos que ninguém lê esse relatório, que eu não tenho tempo de olhar e que você precisa avisar-nos do problema...

(passam-se dois dias onde tudo o que eu ouvia era a musiquinha dos Trapalhões)

Depois disso, descobri que fui investigado por fraude, o que me levou a pedir demissão (recusaram-se a aceitar) e, uma vez que perceberam que o problema não estava no back office, passamos a ser os investigadores da coisa toda.

Alguns questionamentos e conclusões:

 - Qual a moral do chefe que diz para o funcionário que "...ninguém lê o relatório diário..." ??

 - Qual a possibilidade de outras mil coisas passarem pela peneira que é o controle dos bancos hoje em dia sem nem se cogitar que esses desvios ocorrem?

 - Por que o magnânimo chefe ficou bravo quando eu chamei ele de Didi Mocó?

Ajuda aí, o Psit!!!!

The Turtle

"Taking Care of Business"

Estava no carro hoje voltando de algumas reuniões e ouvi esta música, que fazia muito tempo que não ouvia.  Se eu fosse pensar em algo para ser o tema da minha vida, provavelmente a "República Unida das Tartarugas" teria este grande clássico como tema:


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TAKING CARE OF BUSINESS - Bachman Turner Overdrive

You get up every morning
From your alarm clock's warning
Take the 8:15 into the city
There's a whistle up above
And people pushin', people shovin'
And the girls who try to look pretty

And if your train's on time
You can get to work by nine
And start your slaving job to get your pay
If you ever get annoyed
Look at me I'm self-employed
I love to work at nothing all day

And I'll be... 
Taking care of business, every day
Taking care of business, every way
I've been taking care of business, it's all mine
Taking care of business. and working overtime

If it were easy as fishin'
You could be a musician
If you could make sounds loud or mellow
Get a second-hand guitar
Chances are you'll go far
If you get in with the right bunch of fellows
People see you having fun
Just a-lying in the sun
Tell them that you like it this way
It's the work that we avoid
And we're all self-employed
We love to work at nothing all day

And I'll be... 
Taking care of business, every day
Taking care of business, every way
I've been taking care of business, it's all mine
Taking care of business and working overtime
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Acho que não preciso explicar, certo?

The Turtle

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Confie no seu plano


O ano começou bem!  Resultados positivos, trades dando certo, dinheiro no bolso.  Mas o mercado não é linear, e estatisticamente é sempre provável que haja altos e baixos.

E veio a baixa... e veio para passar um tempo conosco.

É muito, muito difícil ver o resultado de uma ou duas semanas de trabalho se esvairem em poucos dias.  E é nessas horas que o aspecto mais importante de qualquer plano é testado, seja ele uma estratégia de trading, um novo negócio, ir na academia, sei lá... cada um tem seus objetivos.

Psicologicamente, é muito fácil mudar o rumo das coisas sem pensar direito, sem entender a probabilidade de sucesso do que se está fazendo, escutar as "dicas" de quem não tem mais nada para fazer e acha que pode dar pitaco na vida dos outros.  Por outro lado, estar em contato com pessoas que tem o conhecimento para reforçar nosso comprometimento com os planos em curso é importantissimo para balancear tal equação.

Ontem tive o prazer de aprender um pouco mais com um amigo que também gere uma carteira de trading na física.  E, mais do que técnicas ou estratégias operacionais, o que mais impressiona é a calma com que ele encara um dia de mercado adverso.  O ano tem 252 dias de operação, e não é um ou outro dia específico onde as coisas não dão certo que vão fazer a diferença, assumindo-se que o controle de risco da operação em questão te proteja destes quebra-molas no caminho.

Estudar a probabilidade de sucesso e retorno de qualquer projeto ajuda a manter a calma nestas horas, pois a convicção de que no longo prazo as coisas vão melhorar está embutida em nossa linha de pensamento.  Não entrar em pânico é a chave da coisa toda. Cada vez mais consigo ver um paralelo entre sucesso e paz de espírito.

(Posições ainda abertas:  INDFUT Comprado / DOLFUT Comprado / ICFFUT Comprado)

The Turtle

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Pimp - a história do curso de moda


Quando se levanta dinheiro no mercado para montar um negócio, seja ele uma pequena startup ou uma instituição maior, seu investidor passa a ser seu sócio, cliente, melhor amigo, irmão, fonte de alegrias e... de pedidos ligeiramente inusitados.

Estava eu sentado em minha mesa nos idos de 2011, provavelmente tentando fazer com que algo em tecnologia funcionasse (exemplo: o café) quando nosso "guru espiritual" perguntou quem de nós havia estudado na Faculdade BBQ (nome fictício).  Duas pessoas levantaram a mão (eu e uma pessoa significativamente mais importante), e ele passou a expor o desafio em questão:  nosso investidor tinha uma "sobrinha" do sul que estava mudando para São Paulo e gostaria de estudar na FBBQ.

Logo uma gritaria surgiu, da qual eu não participei, mas pelo que me lembro palavras como "absurdo", "palhaçada", "pimp" e outras menos publicáveis foram proferidas a altos brados.  Dom Pedro I ficaria orgulhoso, mesmo tendo se borrado todo às margens do Ipiranga em seu burrico.

Baixada a poeira, fui discretamente chamado pelo mestre Yoda em uma sala e questionado se poderia ajudar com a tal situação importantíssima.  E foi assim que, depois de 10 anos sem pisar em meu local de formação superior, fui tentar conseguir uma vaga para a tal "sobrinha" do sujeito importante.

Como podem ver pelo exposto acima, um típico trabalho de quem está tentando montar uma instituição de renome no mercado.

Enfim, conseguimos a vaga.  Missão dada, missão cumprida!

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Crash and burn!

Dos trades da semana passada, dois foram estopados (BGI e CCM).  Outros dois estão de lado.  Andar pra trás é $#@#$@ !!

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Posições direcionais

Ontem comecei a montar uma posição direcional de DOLFUT.  Até agora, somente operei o setup de trend following, exceto um breve período que operei day trades curtos (não gostei do ratio de risco/retorno).  Esta é minha primeira posição direcional, com stop bem mais longo e objetivo de médio prazo.



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Microsoft e a falácia da avaliação de desempenho

Esta matéria é antiga, mas mostra o quão ruim é um sistema de avaliação que força pessoas em camadas fixas.  Mais uma ideia boa que foi destruida por hierarquias ultrapassadas e seus defensores atrasados.

HOW MICROSOFT LOST IT´S MOJO


Enjoy!

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Razões de hoje, razões de ontem...

Ontem me perguntaram qual foi o estopim da minha saída do mercado financeiro.  A pessoa, que trabalha no mesmo lugar, queria entender o que aconteceu e o que me levou a uma decisão tão, digamos, drástica.

Logo me coloquei a explicar tudo desde o começo, mas minha linha de raciocínio não estava clara nem para mim.  Obviamente, eu lembro de todos os maus bocados, da políticagem, das diferenças de pensamento e opinião, mas mesmo assim não conseguia colocar as coisas em ordem.

Foi então que percebi que, muitas vezes, as decisões que tomamos estão ligadas a como nos sentimos na época em questão.  Isso não significa que a decisão seja errada, mesmo tendo uma grande carga emocional atrelada a ela.  Significa que estamos ouvindo um chamado interno, do corpo e da mente, que estão por alguma razão ficando doentes, não suportam mais engolir sapos ou clamam por uma liberdade até então inexistente.

No meu caso, uma decisão financeira adversa foi o estopim da saída (é sempre ruim ser enganado, principalmente em sociedades, onde confiança é fundamental), mas o acúmulo de aspectos ruins durante meses e meses de trabalho culminaram neste resultado, que considero positivo pois me abriu outras frentes pessoais, profissionais e de qualidade de vida.  E aprendi que, quando olhamos para trás para reavaliar uma decisão, precisamos nos colocar naquele lugar tanto fisicamente e situacionalmente, mas também entender qual era o âmbito emocional na época.

The Turtle



PS - O trade de BGI foi stopado, inaugurando o primeiro stop loss de 2013.  Nova entrada em breve.



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Educação Financeira - repensando o paradigma brasileiro...


Hoje tive um almoço interessante com um amigo, e nosso tópico de discussão girou em torno de opções de investimento para quem já tem algum dinheiro disponível como capital de risco.  Ele queria saber o que eu estava fazendo e em que estava investindo.

Depois de contar à ele o que estou fazendo em termos de mercado, ele me perguntou em quais produtos, fundos ou outras opções deveria alocar seu dinheiro.  Ora, eu não sou um analista financeiro, muito menos assessor de investimentos, e o que fiz foi indicar a ele alguém que o fizesse, alguém de confiança que tivesse acesso a produtos diferentes para pessoas diferentes e pudesse dar a ele o nível de atenção que ele desejasse.

O brasileiro precisa urgentemente mudar a maneira como cuida de sua saúde e educação financeira.  Durante muito tempo, brasileiro foi viciado em:  caderneta de poupança, fundos de investimento indicados pelo gerente do banco, Vale 5 e Petro 4.  Proteja-se da inflação, junte dinheiro para poder pagar suas contas com 1% ao mês e pronto.  Fácil.

Não! Não é tão simples assim.  O que precisamos hoje é de uma mudança de mentalidade.  Vamos ao médico cuidar da saúde, vamos ao mecânico cuidar do carro.  Por que é que não vamos ao especialista para cuidar do nosso capital (dica: o gerente do banco não é esse especialista - ele quer bater meta te vendendo o que a diretoria mandar, que não é exatamente o que você precisa)?

Saúde financeira vem de gastar menos do que se ganha, guardar o que sobrar e aplicar este capital de maneira inteligente para que ele gere renda adicional.  Mudar a maneira como investimos é fundamental.  Não adianta deixar o dinheiro no CDB do banco para ganhar descontos em tarifa, enquanto o banco paga 97% do CDI em cima do investimento.  É economia burra, pois a inflação nunca vai deixar de estar colada no rendimento.

Fuja de aplicações dos bancos!  Temos hoje no Brasil a maturidade financeira e o conhecimento de grandes gestores independentes de fundos, e assessores de investimento focados em pessoas físicas de classe média que podem ajudar tanto ou mais quanto os que atendem aos ultra-ricos.  Sem conflitos, com atenção e objetivos alinhados ao cliente.

Pense nisso, invista com inteligência e se aposente antes de morrer de infarto.

The Turtle

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Trades abertos esta semana

Trades abertos durante a semana passada:

BGI Futuro fechou na máxima de 20 dias e renovou.  COMPRADO



INDFUT também fez máxima de 20 dias no início do ano:  COMPRADO, porém perto do stop.  Vamos ver se vai segurar.



CCMH fez mínima de 20 dias, porém foi buscar a LTB.  VENDIDO



The Turtle


Altos e baixos

Uma vez que decidi que levaria uma vida, digamos, com menos rotinas e programações fixas, menos segurança financeira e mais aventuras diárias, tive que aprender a lidar melhor com os altos e baixos que tal situação passou a me apresentar.  Picos e vales de humor, de resultados de investimentos, de projetos que em uma semana andam e que na outra parecem estar parados, etc.

No começo foi bem difícil.  Mesmo sabendo que isso iria acontecer, muitas vezes batia uma sensação que me levava a questionar:  "Será qeu o que estou fazendo com minha vida está realmente certo?".

A resposta, subjetiva como já esperava, acabou vindo somente depois de muito papo em terapia (mais sobre isso em outro post) e reflexão pessoal, e também de muito analisar como eu havia me sentido nos últimos 15 anos.  E a grande constatação é que estes Picos e Vales sempre existiram.  Em cada aspecto de nossas vidas, existem ciclos normais e estes ciclos devem ser vividos como se apresentam.

Ora, quando comecei a operar na bolsa, me pareceu muito fácil.  Já no segundo mês tive um resultado que não esperava ter o resto do ano.  No mês seguinte, a coisa virou, devolvi uma boa parte dos ganhos e aprendi do jeito mais amargo que precisava gerenciar emocionalmente estes aspectos.  Quando comecei a montar um e-commerce, as primeiras reuniões foram ultra-produtivas, até que começou a fase de programação, onde o trabalho está na mão de outras pessoas e temos que apenas esperar.  E isso sem falar no meu jogo de golfe, que resolve ser ótimo durante uma semana ou duas e péssimo durante o mês seguinte, quando eu achava que havia descoberto o segredo da coisa toda.

Mas, olhando para trás, houveram altos e baixos na minha mudança para São Paulo (muitos anos atrás), nas minhas buscas por primeiro emprego, em minha carreira no mercado financeiro, nos meus hobbies, relacionamentos e, onde mais aprendi, no meu casamento.  E, como sempre, as fases ruins passam, assim como as boas.  Estas variações sempre estiveram lá, mas sempre estive ocupado demais para realmente prestar atenção, encarar de frente e entender o resultado delas em minha psique.

Frustrações sempre vão existir.  Nada dá certo sempre, mas uma hora o que dá certo "paga" a conta do que deu errado, e ainda sobra muita coisa boa.  Pensando bem, é como no trend following ou como no golfe.  Simples assim, apesar de complicadíssimo.


(THE ELLIOT WAVE chart)

The Turtle


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Errar é ruim?


Significado de Errar

v.t. Cometer erro em; equivocar-se, enganar-se: errou o caminho, errou a (ou na) conta.
V.i. Cometer erro.
Andar de um lado para outro sem destino; vaguear: errar por esse mundo afora

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Quem trabalha no mundo corporativo sabe que falhas, quando acontecem, tem um ciclo muito parecido entre elas:  tenta-se justificar a situação, repassar a culpa, esconder (ou maquiar) o resultado, etc.  Errar é pecado, errar é ruim, errar é nocivo.  Errar é mal visto, impacta no bônus e na avaliação.
Mas será que é mesmo?

Quem não cai não se levanta.  Quem não se dispõe a fazer algo novo erra menos, mas não é criativo.  Quem tem medo de errar não vai a lugar nenhum.  Errar é vagar, achar o caminho, procurar resultados por onde passa.  Ou então nem procurar resultados.  A jornada é o destino.

Meu último projeto teve este aspecto, que nunca foi muito bem explicado. "Vamos montar um banco", era o discurso, e cada um deveria cuidar de alguns aspectos da coisa toda.  Mas, como sempre, havia o grupo dos que queriam a coisa pronta sem suor, sem cabeçadas.  Não eram muitos, mas os poucos melaram um grande pedaço do projeto para alguns dos, hoje, ex-sócios:

-  "Isso TEM que funcionar, no Banco X é assim"

- "Isso não pode dar errado, pois amanhã teremos a tal aprovação do orgão Y e isso é caso de vida ou morte"

 - "A área X pode errar, mas a área Y, se errar, será punida com enforcamento e decapitação"

 - "Você é criativo demais, toma riscos demais, você não cabe na estrutura" - (essa é disparada a pior de todas, pois destrói instantaneamente a capacidade e criatividade de quem recebe esse comentário)

Esse discurso é velho, tão velho como o estilo de gerenciamento altamente hierárquico que o gera.  Vem de pessoas sem vontade de botar a mão na massa e sem segurança para entender o que estão fazendo, focadas em resultados e não em formas de obtê-lo.

Hoje, das perguntas que recebo, a mais frequente é:  "Você não tem medo de errar nos seus projetos, perder a casa, o carro, o dinheiro que economizou"?

E a resposta é sempre a mesma: NÃO.  Meu medo é outro.  Meu medo é a apatia.

Errando é que se aprende, é que se muda de atitude, é que se descobre que há outro caminho em volta da pedra que bloqueia o atual.  A segurança que o salário mensal traz consigo tem um preço, que é abrir mão de outras formas de trabalhar, ganhar dinheiro, ter tempo livre para cuidar da vida e de se fazer coisas que gosta.  Nem todo mundo tem a força psicológica ou a vontade de encarar todas essas incertezas.  Mas a jornada fica muito mais interessante desta forma.

E a jornada é o mais importante resultado.  E os meios é que justificam os fins.

The Turtle


domingo, 6 de janeiro de 2013

The importance of being idle...

"I sold my soul for the second time
'Cause the man, don't paid me
I begged my landlord for some more time
He said: "son, the bills are waiting"
My best friend called me the other night
He said: "man, are you crazy?"
My girlfriend told me to get a life
She said: "boy, you're lazy"
But I don't mind
As long as there's a bed beneath the stars that shine
I'll be fine
If you give me a minute
A man's got a limit
I can't get a life if my heart's not in it"
(OASIS - "The Importance of Being Idle")
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Após alguns dias sem posts, vamos retomar... onde estávamos?

Pois bem, vamos falar de golfe. Comecei a jogar, após anos e anos de insistência de meu pai e meu irmão, após o carnaval de 2010. Como nunca gostei muito de esportes que não envolvessem água, achei que logo desistiria, mas o conhecimento comum deste esporte diz que 80% das pessoas que começam a jogar levam o esporte até o fim da vida.

O primeiro resultado, basicamente imediato, foi que me aproximei muito de meu irmão, que joga a muito mais tempo e estava retornando após um hiato de alguns anos. O segundo é que minha prática de scuba diving (mergulho autônomo) diminuiu - e agora se resume a mergulhar em lugares diferentes, e não tanto aqui na costa de São Paulo.

Não vou entrar em detalhes sobre os específicos do jogo... basta dizer que, no golfe, todas as características de uma pessoa são extrapoladas: se você tende a perder a paciência, vai explodir nos momentos frustrantes; se você não é uma pessoa honesta, vai roubar na conta das tacadas; e se você não consegue esquecer as coisas e costuma guardar mágoas, aquele erro no buraco 6 ainda vai te assombrar no buraco 15. O golfe traz sua personalidade à tona, muito rapidamente.

Assim sendo: além de ser um esporte saudável (caminhadas de 8-10km sempre são), que trabalha seu auto-controle e me ajuda a diagnosticar problemas latentes do ponto de vista psicológico, percebo olhando para trás que o golfe foi uma das ferramentas que me ajudaram a entender o que estava errado com o que eu fazia e o meio ambiente em que eu trabalhava. Os paralelos sobre o esporte e a empresa que estávamos criando, a situação em que eu estava vivendo e os desvios de conduta de algumas pessoas com as quais eu convivia ficaram cada vez mais claros.

O golfe continua sendo, e provavelmente permanecerá, como uma parte integrante da minha vida. É um tipo de terapia, uma forma de auto-avaliação e um desafio pessoal tanto físico quanto psicológico. E, mesmo gerando dias de extrema frustração aqui e ali, traz também algumas recompensas difíceis de explicar, mas que nos mantem no campo em busca daquele birdie ocasional.


The Turtle

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Viagens em 2012 - colocando o passaporte em dia

Quando se trabalha no mercado financeiro, uma das coisas que mais chamam atenção é a questão do descanso e das férias.  Em bancos de investimento, não são raras as vezes onde férias são canceladas, funcionários são induzidos a vender a cota de 10 dias de volta à empresa e períodos de mais de duas semanas de ausência são, digamos, raros.

Durante o ano de 2012, fiz questão de colocar em dia meus giros por aí... viajei com os amigos para ir à neve, fui mergulhar com tubarões no Oceano Pacífico, conheci mais um pedaço do oriente médio e por fim fui em uma viagem à trabalho (?!?) para alguns países da Ásia.

Viajar é terapia, cultura, descanso e conhecimento, tudo junto em um programa só.  E percebi que, ao invés de gastar uma quantidade de dinheiro grande em coisas e mais coisas, brinquedos e mais brinquedos (se bem que o iPad novo sempre está alí do outro lado da curva...), melhor é gastar dinheiro viajando bem e ficando em lugares especiais.  Imagens e memórias nunca vão embora (sempre  bom ter aquelas fotos bacanas no backup...), conhecimento nunca é demais e praias de areia branca e águas azuladas sempre, SEMPRE são bem vindas no meu calendário.


2013 já tem destinos prontos... mas tempo, esse não é mais problema.

The Turtle

A festa dos links.... 03/01/2013



Uma grande parte do meu dia é tomada por leitura.  Durante muito tempo somente conseguia ler pequenos artigos, notas e notícias curtas, os headlines do jornal, coisas menores.  Agora, com mais tempo nas mãos, consigo acompanhar boas fontes, e achei interessante dividir isso.  Tentarei fazê-lo diariamente.  Sendo assim, abaixo algumas matérias que estou lendo hoje:

 - Sobre a caixa-preta dos bancos:  WHAT´S INSIDE AMERICA´S BIG BANKS

 - Sobre o novo driver da Taylor Made: New Taylor Made R1 Driver

 * Livro que estou lendo atualmente:  HHhH ("O Cerebro de Himler se Chama Heydrick")


Seriados de TV que estou assistindo:

 - How I met your mother (comédia)

 - Top Gear UK (Season 10)


E, aproveitando, seguem alguns blogs que acompanho diariamente:

 - The Big Picture

 - The Reformed Broker

 - Altucher Confidential

 - The Trend Following Manifesto


Aos poucos, vou adicionando mais coisas.

The Turtle

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Pagando a passagem...

Uma vez que eu decidi o que faria e/ou para onde iria, a primeira questão que surgiu foi: "Como pagar a passagem?"

Após todo esse tempo de mercado, decidi que iria aprender algo que sempre quis mas nunca havia tentado. Com a ajuda de um amigo e ex-colega de trabalho, que se tornou um tipo de mentor, comecei a estudar a operação de futuros na BM&F.  Aos poucos fui alocando um pouco de capital, depois aumentando conforme meu modelo de trend following se mostrava razoavelmente confiável, e essa se tornou minha ocupação principal.  Obviamente, outros projetos surgiram em paralelo, mais ao acaso de que planejados, mas enfim, esse era o objetivo:  "O Plano é não ter planos".

Pois bem, a piada estava feita.  Muita gente me chamou de doido, riu, alguns pisaram na bola tão forte que saíram do radar... mas outros, que eu esperava que fizessem exatamente o que mencionei acima, foram uma grande fonte de apoio.  E assim comecei a refazer um filtro de pessoas e ideias que eu achei já estar formado, mas que, na verdade, estou aprendendo que nunca se finaliza.

A passagem está paga? Não.  Nem de perto.  Mas as chances estão maiores do que antes, e sempre melhorando.  E a qualidade de vida, essa sim, mudou demais.  Melhor do que ser jagunço de celebridade, com certeza...

The Turtle
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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Era uma vez...

"Planeta: Terra, Cidade: Tokyo..." (Spectroman)

Hoje, no primeiro dia de 2013, completam-se 10 meses de algo que não achava possível.  Pedi minha saída do que era um projeto de vida e, sem ter outra coisa para fazer, fui para casa.  Sem entrevistas, sem salário, sem chefes.

Durante 15 anos de trabalho, conheci pessoas brilhantes, pessoas escrotas, fiz amigos e desafetos, passei por 5 bancos diferentes e colecionei histórias que, aos poucos, vou contar aqui.  Além disso, espere neste espaço abordagens sobre música, fotografia, mergulho, esportes, bobagens em geral e alguns olhares pela fechadura de quem não quer ser observado.

A casa está aberta, a cerveja está gelada e a compania é bem vinda.  Mas lembre-se, isso aqui não é uma democracia, e não espere um papo sem temperos.  Apimente o seu lado politicamente incorreto, reclame se não gostar.  A escolha é sua.

The Turtle