sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Medo e Vontade



Eu me lembro da decisão de sair.  Eu me lembro das dores físicas, da revolta moral, das pessoas com as quais trabalhava e não gostava, e também das que gostava e me davam pelo menos um alívio.  Eu me lembro da políticagem, do Alfa Banker e da Miss Coluna Social metendo os pés pelas mãos tanto com pessoas como com o negócio em si.  Eu me lembro da megalomania.  Eu me lembro de falhar, da ansiedade, das noites sem dormir.  Mas o que eu mais lembro foi o medo de sair sem saber se estava fazendo a coisa certa.  Medo da sensação de "estar jogando a vida fora", como muitos diziam.  Medo de deixar para trás o fato de eu "estar ficando rico às custas do gênio Alfa".  Mas o medo não venceu.  Eu saí.  Eu saí sem saber se era a coisa certa, mas com a sensação de estar fazendo o melhor para mim.

Deu certo.  2 anos, viagens, descanso, trading, outras experiências profissionais e pessoais.  Ví o mundo de um jeito diferente.

Agora, o desejo é outro:  é voltar.  É usar tudo o que eu aprendi para ser melhor no que eu fazia.  Mas, de novo, o medo está presente.  Medo de estar enferrujado, de ter que ganhar confiança de novos colegas, clientes, subordinados, equipes.  Medo do conhecimento técnico não estar lá.  Medo de falhar.

"Paura", in italiano!

Medo é bom.  Medo salva a vida. Se eu tivesse respeitado o medo, não teria feito a curva na favela que quase matou 3 pessoas.  Mas medo não controla, medo é controlado.

Novamente, o gut feeling vai ser minha bússola.

De volta ao trabalho!

The Turtle

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