sexta-feira, 7 de março de 2014

O Fim, O Começo e O Meio....

Yea, though I walk through the valley of the shadow of death, I will fear no evil: for Thou art with me; Thy rod and Thy staff they comfort me.~ Psalm 23:4 ~



O Fim.... sim, chegamos ao fim.  Depois de 2 anos e 40 dias volto a trabalhar.  Digo isso sabendo que nestes dois anos eu trabalhei, sim, mas de um jeito diferente.  Trabalhei em coisas de interesse pessoal, aprendi a operar, a cuidar do meu dinheiro, a viver com menos dinheiro, a dar menos importância ao que eu achava importante e me importar mais com o que eu tinha como certo.  Eu não quero mais a última Canon, o último relógio de mergulho, meu Tag Heuer está na gaveta, guardado.  Eu vivo de calça jeans e camiseta, com um terço do dinheiro que eu gastava antigamente e muito mais feliz.  Dou valor ao aprendizado e às pessoas, que sempre achei um tanto quanto.... enfim, vamos parar por aqui.  Em compensação, vejo a grama com um significado diferente, o tempo como um ativo precioso e o saldo na conta apenas como um facilitador de coisas que podem acontecer.  Estou quase completo, quem está 100%?  Acho difícil, mas esta lacuna nos mantem vivos, famintos e ambiciosos.

O Começo...  volto para a casa que me solidificou como profissional, em uma posição completamente nova que irá exigir estudo e paciência, muito esforço interpessoal e, por que não, mais paciência (sim, estou me repetindo.  É isso mesmo, são duas doses).

O Meio... difícil descrever tudo.  O sabático veio planejado mas também de supetão.  Teve a fase da ilusão maravilhosa, do não precisar de ninguém.  Da raiva, do "in your face" com o projeto em que estava, as fases depressivas, os ups and downs.  Teve a fase de consultoria, tiveram as viagens (ski nos USA, história na Turquia, tubarões infinitos na Costa Rica, trabalho familiar na Asia, mergulhos em Turks & Caicos e Belize, Boston & NYC...) e a incrível experiência de estar sentado ao lado de dois dos grandes traders do mercado financeiro brasileiro.  O aprendizado, os calls que deram certo e os que deram errado.  O grande trade do Dolar/Real em 2013 e o de Café Arabica no começo de 2014.  A experiência de quase morte do Episódio Guarujá.  As perdas pessoais e familiares.  A ajuda aos pais, e a ajuda dos pais.  120 partidas de golfe, aproximadamente.  O handicap caiu de 25.3 para 18.5, mais de 25% de melhora.  A coragem de dar passos largos, e o aprendizado de que ser empresário neste país é, infelizmente, um risco inconsistente com os ganhos.

Eu mudei.  Eu estava doente, já falei sobre isso... seja física ou psicologicamente, eu precisava de uma ruptura de vida.  As dores nas costas foram embora.  A ansiedade, o medo de não realizar, o medo de não ter salário, o medo de não ter carreira.  Vi meus amigos subirem.  Vi pessoas mais novas me ultrapassarem.  Estão todos de parabéns, fico feliz e de maneira nenhuma me arrpendo.  Faz parte do jogo.  O que aprendi não é mensurado em dinheiro, cargos, poder ou áreas de influência. O que aprendi é interno, não tem tamanho, não tem massa... e não foi, ainda, colocado em prática.

Chegamos então ao desafio.  Viver a vida corporativa de outro jeito.  De uma maneira mais leve, porém não menos produtiva.  Um tom abaixo, como um roqueiro envelhecido, mas mais experiênte.  Bono aprendeu a levar Sunday Bloody Sunday de outro jeito, Axl leva Sweet Child em outra escala, em outro tom.

As armadilhas estarão lá.  Esperando para te trazer de volta, como uma droga que faz mal mas faz bem.  Means to an end, não posso me esquecer.

Foi um caminho com curvas... um caminho com altos e baixos... um caminho que exigiu coragem e me fez questionar as escolhas feitas.  E, olhando para trás, para baixo, para o vale, só posso agradecer a tudo e todos que me fizeram passar pelas provações, pelos desafios, pelo stress e até os que diretamente me fizeram mal.

Obrigado a todos.

The Turtle, 2.0





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